terça-feira, 22 de maio de 2012

Conto fantástico


                                     O excesso de autoconfiança

Rodrigo era um jornalista muito competente, porém azarado, não tinha sorte nenhuma, mesmo assim ainda tinha a esperança que um dia isso iria mudar, tentava de tudo fazia simpatia, se benzia mais nada adiantava. Até que um dia passando na rua viu um cartaz de uma senhora que prepara vários tipos de chá milagrosos, se interessou e dessa vez acreditava que sua sorte mudaria. Na mesma hora Rodrigo foi ao endereço dessa senhora, chegando lá pediu um chá apropriado para o seu problema, então a senhora, lhe vendeu a bebida e disse que eram apenas três gotas por dia, Rodrigo tomou ali mesmo.

 Ao sair encontrou 10 reais no chão, realmente o chá funciona, em todo seu trajeto para o trabalho Rodrigo não caiu em buracos, tropeçou, nem se quer pisou em fezes de cachorro. Chegando a seu trabalho ele foi promovido e escolhido para viajar em uma das viagens mais desejadas por todos, que era cobrir um evento esportivo na Inglaterra que aconteceria dentro de cinco dias. Ele continuou tendo sorte e adorando tudo aquilo,e Rodrigo certo de que nada ruim aconteceria,começou a abusar da sorte.

 Rodrigo iria viajar com seu chefe, porém chegando ao aeroporto encontra Helena secretária do escritório, com um recado do próprio falando que sua esposa estava muito doente e que ele não poderia ir, mas que se quisesse Helena poderia ir com ele, porém achando que daria conta de tudo, recusou que ela o acompanhasse. Também seu chefe havia lhe deixado um papel, dentro de em envelope e disse que era para ele abrir apenas se algo desse errado. Rodrigo muito confiante de que nada de errado iria acontecer, guardou o papel no bolso, no avião lembrou que não tinha tomado o chá, então empolgado acabou tomando seis gotas, mas o que ele não sabia é que ao tomar mais de três gotas voltaria como era antes e ainda pior. Chegando lá além de perder sua mala, se depara com a falta de sua carteira, também havia perdido, só estava com o dinheiro do taxi, no bolso. Chega ao hotel, mas algo está errado não tem reserva em seu nome, nem no da empresa, sem lugar pra ficar optou por ir ao seu destino, teve que ir andando, no caminho tropeçou, em uma pedra e ao cair se sujou na lama, mesmo assim compareceu ao evento, chegando lá foi barrado por estar sujo e acaba não entrando. Muito decepcionado fica andando pelas ruas e lembra-se do papel que seu chefe havia lhe deixado, pega do bolso e ao abrir, tinha uma senha e um endereço. Vai ao local descrito no papel,chegando lá havia um cofre, abriu-o, pega um cheque, e uma carta que lá está, escrita por seu chefe, dizendo que era pra ele voltar para o Brasil, também estava demitido e uma frase muito interessante.

“O excesso de autoconfiança pode fazer com que grandes idéias percam completamente o significado, e até com que profissionais muito competentes sejam vistos como pessoas sem brilho, ou mesmo incompetentes.”


domingo, 1 de abril de 2012


Resenha do livro Iracema

  José de Alencar nasceu em 1829 Messejana, no estado do  Ceará. Desempenhou várias atividades no decorrer de sua vida, foi advogado, jornalista, político, poeta, orador, crítico, romancista e teatrólogo, faleceu no Rio de Janeiro em 1877. Iracema publicada em 1865 foi considerada a principal obra do autor. Trata-se claramente de um romance se consideramos seu enredo. Por outro lado, é um poema em prosa, se levarmos em conta o estilo, em que predomina o lirismo amoroso e a exploração do vocabulário indígena no português falado no Brasil.

  O livro composto por 33 capítulos e narrado em terceira pessoa, conta o desenrolar da história de amor entre Martim, colonizador português do ceará e amigo de Poti guerreiro da tribo dos pitiguaras, e Iracema (lábios de mel) índia da tribo tabajara, filha do pajé Araquém. A narração se inicia com Martim indo à caça e acaba se perdendo na mata, ao entrar no território rival, ou seja, no território da tribo dos tabajaras,Iracema assustada com a situação acaba acertando Martim com uma flecha que logo em seguida se arrepende e o ajuda,leva-o para sua tribo onde foi recebido por seu pai como hospede. Ao inteirar-se da celebração que os tabajaras faziam a seu grande chefe Irapuã, que vai comandá-los num combate contra os pitiguaras, o guerreiro branco resolve fugir. Iracema o impediu, pedindo-lhe que aguardasse a volta de seu irmão Caubi, que poderia guiá-lo pelas matas. Então Martim ficou a espera de Caubi. Porém, a índia apaixona-se por Martim, fato que é tomado como traição, pois ela não poderia relacionar-se com nenhum homem, já que guardava o segredo da jurema (bebida “mágica” usada em rituais religiosos) e por ter virgindade consagrada, mas não é o que Iracema faz, pois se envolve amorosamente com o guerreiro branco, Por esses motivos foge com Martim com ajuda de Poti. Devido a essa decisão, Irapuã, chefe da tribo tabajara organiza um combate contra a tribo rival. Durante a guerra Iracema vendo Martim sendo agredido por caubi, fere seu irmão para proteger o amado. Os tabajaras saem derrotados nesse combate. Martim e Iracema acabam deixando os campos e indo para uma praia, onde armam uma cabana e ficam lá, porém o que Iracema não esperava é que convivesse com a ausência de Martim, pois sempre se ausentava para guerrilhar, e deixou a índia grávida ‘abandonada’ apenas com a ave jandaia que sempre estava ao lado dela. Nasce então seu filho, cujo nome era Moacir (filho da dor).Iracema recebe a visita de seu irmão Caubi que pede para a índia voltar para sua tribo,mesmo com tanto sofrimento ela não volta ,e fica a espera de Martim.O guerreiro ainda volta a tempo de ver Iracema entregar seu filho e morrer. Martim enterra a índia no pé de um coqueiro, pois sempre que a água do mar bater no coqueiro ouvirá o doce nome de Iracema. Esse lugar onde Iracema foi enterrada foi dado o nome de Ceará que significa arara que canta forte.

 Essa obra conta sobre a miscigenação brasileira entre um português e uma índia. Nesse sentido a obra é uma expressão do indianismo que caracterizou a primeira fase do ‘Romantismo no Brasil’ que é marcado pela exaltação a natureza. Também a obra ficou bem marcada pela formação do Ceará. Um romance com uma linguagem muito complicada, porém uma obra muito bonita.